Contacto


URZE

Calluna vulgaris L

Descrição

Subarbusto de 20 a 60cm, de crescimento espontâneo em solos ácidos, com hastes tortuosas e ramos castanho-avermelhados eretos, fornecidos com pequenas folhas persistentes e sentadas, dispostas em 4 linhas longitudinais. Folhas lineares estreitas de 1-3mm, com duas projeções curtas na sua base, glabras e com bordas revoltas; galhos jovens com pubescência acinzentada. Flores muito pequenas, formando cachos compostos alongados; cálice com lóbulos lancelados e glabros; corola vermelho-violeta, anteras com dois pequenos chifres; estilo um pouco excelente. O fruto é uma cápsula globular glabra e contém numerosas sementes.

 

Habitat e colheita: Colonização de espécies que invadem as clareiras das formações de climas oceânicos (faiais, carvalhos do vale, etc.), no Oeste, Norte e Nordeste da Península. Colheita: no período de floração; deve ser conservado num recipiente fechado, protegido da luz e em locais frios e ventilados.

 

Parte utilizada

As sumidades florais

 

Princípios ativos

Taninos (3-7%).

Heterosídeos: arbutósido, que por hidrólise, mediada pela flora intestinal, liberta hidroquinona.

Flavonoides: kenferol, taxifolina, quercitrósido e miricitrósido.

Alcaloide: ericodina.

Triterpenos: ácido ursólico (2,5%)

Ácidos fenólicos derivados do ácido cinâmico: ácido clorogénico.

Compostos fenólicos. Orcina, orcinol.

Esteroides. Beta sitosterol.

Ação farmacológica

Antisséptico urinário: a hidroquinona, uma vez absorvida, é conjugada como derivados de glucurónidos e ésteres de sulfato. Se a urina for alcalina, os conjugados, especialmente sulfatos, são parcialmente saponizados e a hidroquinona livre produz o seu efeito antisséptico quando eliminada através da urina. O efeito antisséptico deve-se a uma diminuição da hidrofobicidade da parede bacteriana.

Diurético (flavonoides).

Adstringente (taninos).

Colagogo leve.

Vulnerário (taninos).

Indicações

Infeções genitourinárias: cistite, uretrite, pielonefrite.

Litíase urinária.

Diarreia.

Situações em que seja necessário um aumento da diurese: edemas, excesso de peso com retenção de líquidos, hiperazotemia, hipertensão.

Hiperplasia benigna da próstata.

Reumatismo, gota

Uso tópico: Feridas, eczema, ulcerações tróficas, gengivite, vulvovaginite, paradontopatias.

Contraindicações

Gravidez, lactação e crianças menores de 12 anos, devido ao possível efeito hepatotóxico das hidroquinonas.

Precauções

Recomendam-se tratamentos descontinuados, pelo possível efeito hepatotóxico das hidroquinonas.

É aconselhável uma ingestão adequada de líquidos, até 2 litros por dia para evitar a desidratação.

Insuficiência hepática: devido ao possível efeito hepatotóxico das hidroquinonas.

Insuficiência renal: pode piorar a função renal.

Insuficiência cardíaca: devido ao seu efeito diurético, pode provocar desequilíbrios hidroeletrolíticos que agravem o quadro.

Estudos 

Allen KL, Molan PC, Reid GM. .“Actividad antiviral de algunas mieles de Nueva Zelanda”. J. Pharm Pharmacol 1991, Dec; 43(12) 817-22

Najid A, Simon A, Delage C, Chulia AJ, Rigaud M. “El extracto inhibidor de la 5-lipoxigenasa de Calluna vulgaris muestra potentes efectos antiproliferativos sobre células HL60 de leucemia humana.” Eicosanoids. 1992;5(1):45-51. 

Simon A, Najid A, Chulia AJ, Delage C, Rigaud M “.Inhibición de la actividad lipoxigenasa y la proliferación de células leucémicas por el ácido ursólico aislado de flores de la sumidad (Calluna vulgaris)”. Biochim Biophys Acta . 1992 Apr 8; 1125(1):68-72

Tunon H, Olavsdotter C, Bohlin L. “Evaluación de la actividad antiinflamatoria de algunas plantas medicinales suecas. Inhibición de la biosíntesis de prostaglandinas y exocitosis inducida por PAF.” J. Ethnopharmacol. 1995 Oct; 48(2):61-76.

Holopainen M; Hahodar L; Sepanen-Laakso T; Laakso I; Kauppinen V. “ Actividad antimicrobiana de algunas plantas ericaceas”.

Bibliografia

Farmacognosia 2ª Edición. Jean Bruneton. Editorial Acribia.

The Complete German Commission E Monographs. Therapeutic Guide To Herbal Medicines. Mark Blumenthal. American Botanical Council 1998.

British Herbal Pharmacopoeia, 1983

Matière Médicale. RR Paris- H. Moyse. Masson 1981.

Fitoterapia Aplicada. J.B. Peris, G. Stübing, B.Vanaclocha. Colegio Oficial de Farmacéuticos de Valencia 1995.

Fitoterapia: Vademecum de Prescripción. B. Vanaclocha . S. Cañigueral. Ed. Masson 4ª edición.

Plantas Medicinales. El Dioscórides Renovado. Pio Font Quer.

Guía de Campo de las Flores de Europa. Oleg Polunin. Ediciones Omega S.A. Barcelona, 1977.

Plantas Medicinales.  Margarita Fernandez y Ana Nieto. Ed Universidad de Navarra.  EUNSA 1982.

Guía de las Plantas Medicinales.Cuarta edición. Paul Schanenberg / Ferdinand Paris.

The Complete German Commission E Monographs. Therapeutic Guide To Herbal Medicines. Mark Blumenthal. American Botanical Council 1998.

Plantes Médicinales des régions tempérees. L. Bézanger-Beauquesne et M. Pinkas. M. Torch et F.Trotin. Maloine S.A. Editeur. Paris 1980.

El gran libro de las Plantas Medicinales. M. Palow.

Plantas Medicinales. Jan Volák y Jirí Stodola


Produtos relacionados