Descrição
Planta herbácea de
20-60 cm, vivaz pela sua rizoma, a partir da qual saem dois tipos de talos aéreos:
férteis, que terminam num pico de esporas e aparecem os primeiros na primavera,
e estéreis, verdes, até 50cm de altura, aparecem mais tarde e são estriadas,
muito ramificadas, frágeis, com os ramos laterais dispostos em verticilos e
segmentados. Os caules férteis, não clorofílicos, possuem um pico esporangifero oblongo.
Os ramos estéreis têm
hastes ocas, articuladas nos nós e cruzadas por 6-12 sulcos não muito profundos,
e ramos secundários com quatro ângulos. Nos nós estão inseridas folhas verticiladas,
de tamanho reduzido; na forma de dentes soldados com uma extremidade negra, as
folhas formam uma bainha em torno do caule.
Habitat e colheita: Nas
margens de estradas, lugares não cultivados, terrenos arenosos e húmidas e argilo-siliceos,
prados, etc., de quase toda a Península, mas especialmente no Norte. Colheita:
no final do verão.
Parte utilizada
Caules estéreis.
Princípios ativos
Sais minerais (10-20%).
Destacam-se, sobretudo, o silício (66%), sais de potássio, magnésio, manganês e
alumínio.
Flavonoides. Abundantes e
variáveis, de acordo com a origem da planta. Glicosídeos de apigenina,genkwanina,
kenferol, luteolina, quercetina.
Taninos gálicos.
Esterois: colesterol,
beta-sitosterol, campestrol, fucosterol.
Ácidos fenólicos
derivados do ácido cinâmico: ácido cafeico, clorogénico e chicorésico.
Carotenóides: alfa e beta
caroteno, rodoxantina, violaxantina, zeaxantina.
Vestígios de alcaloides:
equisetina, nicotina, palustrina.
Ação farmacológica
Diurético leve
(flavonoides e sais de potássio).
Remineralizante (sais
minerais). Alguns autores afirmam que os compostos de silício contribuem para
manter a estrutura da substância fundamental do tecido conetivo (colagénio), e
que interage com o metabolismo dos fosfatos e do cálcio; no entanto, estes
efeitos não foram demonstrados.
Hemostático (taninos e
flavonoides).
Anti-anémico.
Especialmente indicado em anemias secundárias pós-hemorrágicas (sais minerais).
Cicatrizante. O ácido de silício
e os flavonoides exercem um efeito adstringente dermatológico. Melhora e
aumenta a elasticidade dos tecidos, devido à difusão da fração solúvel de
compostos sílicicos com um efeito estimulante sobre os fibroblastos.
Indicações
Infeções genitourinárias:
cistite, uretrite, prostatite.
Oligúria, edema, retenção
urinária.
Litíase renal.
Como um adjuvante no
tratamento da obesidade, para aumentar a diurese.
Em uso tópico, como uma
ajuda na cicatrização de feridas, úlceras tórpidas, queimaduras.
Como remineralizador e
estimulante das defesas: na tuberculose, raquitismo, astenia, osteoporose e na
consolidação de fraturas.
Hemorragias (epistaxe,
hematúrias, metrorragias, hemorroidas).
Anemia hipocrómica e
insuficiência da medula espinhal.
Contraindicações
Gravidez. Os alcaloides
podem induzir uma ação anticolinérgica e oxitocica.
Lactação e crianças com
menos de dois anos de idade.
Precauções e toxicidade
A cavalinha deve ser
utilizada com cuidado no tratamento do edema associado a insuficiência renal ou
cardíaca.
Devido ao seu teor
alcaloide, o uso prolongado e abusivo desta planta pode provocar sintomas de
intoxicação nicotínica, tais como gastralgia, hiperacidez gástrica, náuseas,
vómitos, tonturas, boca seca, confusão, palpitações, sonolência ou hipertensão.
É aconselhável beber pelo
menos dois litros de água por dia para evitar a desidratação.
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